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O PROJETO e METODOLOGIA

O projeto REDE INCLUI+OSASCO- Governança Solidária Local é uma articulação de pessoas e organizações que trabalham na defesa dos direitos das pessoas com deficência a partir do protagonismo das próprias pessoas com deficiência.

Conectar pessoas e instituições para garantir esses direitos é o ponto de partida desta proposta cujos objetivos específicos são:

  • Tornar públicas as necessidades de pessoas com deficiência
  • Ampliar e melhorar o acesso aos serviços para pessoas com deficiência a partir das necessidades e demandas levantadas por elas mesmas
  • Identificar e implementar ações e projetos, em rede, que melhorem a gestão e os serviços ofertados pelas organizações que atendem a pessoas com deficiência
  • Construir um plano de ação, em rede, que efetivem a garantia dos direitos das pessoas com deficência

Como acontece o projeto

Articulando pessoas, organizações, departamentos da prefeitura, pessoas com deficiência e militantes da causa da defesa dos direitos das pessoas com deficiência, garantindo a interação por meio de processos circulares de diálogo e metodologia de formação de redes sociais e construindo de forma colaborativa todas as ações, sem hierarquia e considerando a diversidade e a pluralidade de ideias

.

O Processo circular de diálogo e metodologia de formação de redes sociais

Para se formar redes é preciso de conexão, e para haver conexão é preciso fomentar o encontro, seja presencial ou virtual.

Para motivar as pessoas a expressar-se se utiliza uma técnica em que se garante o direito da palavra a todos, por meio de uma escuta ativa, ou seja, para além do ouvir palavras tentar compreender as emoções que podem estar por detrás delas.

As pessoas se apresentam e falam dos seus desafios e projetos e nesse momento deixam transparecer a sua visão de mundo.

Perguntas reflexivas e desafiadoras animam os participantes a realizarem propostas que à medida que se compartilham e se compreendem vão encontrando consensos e definindo o que é realmente muito importante fazer.

A definição do que precisa ser feito é transcrito para um plano de ação que se desdobra em projetos e à medida que se implementam se faz a avaliação da sua efetividade e se necessário promove-se a criação de novas propostas.

E dessa forma, garantindo a palavra e construindo de forma colaborativa acontece o desenvolvimento.

Um dos fatos que motivaram a construir esta proposta

Uma ação intitulada CARRETA EXPLOSÃO que simbolizou a importância de um movimento para o reconhecimento da existência da criança com deficiência. A ação aconteceu no dia 12 de outubro de 2022, e percorreu as principais ruas do comércio da cidade de Osasco.  O propósito foi demonstrar a ausência do conhecimento, o isolamento e a invisibilidade que essas crianças vivem junto com seus familiares pelo olhar excludente da maioria da sociedade. A carreta explosão veio fazer um chamado de inclusão. É necessário unir esforços para acabar com a segregação e a invisibilidade destas crianças que precisam de acolhimento, acessibilidade e políticas públicas para exercer sua cidadania.

Essa experiência levou o Instituto a uma reflexão que agora propõe fazer em rede:

Qual realidade precisamos modificar, aprimorar e desenvolver?

No período de abril de 2023 a abril de 2024 desenvolve-se uma Metodologia de formaçao de redes e de processo circilar de diálogo que disponibilizamos a seguir. Prmeiro em tópicos para melhor entender o processo e um Manual que orienta á pessoa ou organização que desejar trabalhar com formação de redes poder ter uma referência.

MANUAL DE DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DA

REDE INCLUI + OSASCO

MANUAL DE DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DA

REDE INCLUI + OSASCO

ANEXO V –

MANUAL DE DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DA

REDE INCLUI + OSASCO

ABRIL 2024

MANUAL DE DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DA

REDE INCLUI + OSASCO

PREFEITO MUNICIPAL DE OSASCO

Rogerio Lins

Ex Secretário Executivo da Pessoa com Deficiência

Salomão Junior

Secretária Executiva da Pessoa com Deficiência

Érica Fernanda Ursulino Lemos

Diretora executiva do Instituto Sophia Vercelli

Fabiana Grosso

Organizadores do Manual

Equipe Rede Inclui + Osasco

Coordenador Pedagógico

Jorge Carlos Silveira Duarte

Coordenadora dE PLANEJAMANTO

Mayra Lucia A. Jacchieri

Facilitadores

Erica Luz Ribeiro Margarida

Humberto Reis Bispo

Marcela Luiz Correa da Silva

Micaella dos Santos Farias

Veleria Jabur Maluf M. Lourenço

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO    Pg. 4
O INSTITUTO SOPHIA VERCELLI – HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO NEUROFUNCIONAL ATÍPICO    Pg. 5
POR QUE REDE INCLUI + OSASCO    Pg. 8
CONCEITO DE REDE    Pg. 9
A METODOLOGIA DA FORMAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA REDE INCLUI + OSASCO    Pg. 11
CONSIDERAÇÕES FINAIS    Pg. 16
REFERÊNCIASPg. 17
  1. INTODUÇÃO

A proposta de trabalhar em rede surge no Instituto Sophia Vercelli, com motivo similar, se não o mesmo da fundadora, de superar a desproteção ou o sentimento de desproteção. Nos deparamos na vida com circunstâncias adversas e nem sempre com o recurso, o conhecimento ou a experiência para lidar com elas. Buscamos então por ajuda e para isso nos conectamos com outras pessoas que possam primeiro entender o nosso problema e depois buscar juntos alternativas para solucionar ou dirimir problemas.

Conectar pessoas e instituições para potencializar os direitos das pessoas com deficiência e das necessidades dos seus cuidadores é o ponto de partida desta proposta, que visa inicialmente articular, formar e consolidar redes sociais. Neste manual vamos definir redes sociais como o ato de pessoas interagir, diferente das mídias sociais, que são as ferramentas disponíveis na Net para contribuir com a conexão entre as pessoas, hoje chamadas pela mídia de Redes Sociais.

Na Dissertação de mestrado de Evelyn da Silva Barroso[1] é citado um conceito de rede que segundo RHAMAS/ IPAS apud Rizzini (2006, p. 111-112), a noção de rede é entendida “[…] como um tecido de relações e interações que se estabelecem com uma finalidade e se interconectam por meio de linhas de ação ou trabalhos conjuntos”. Complementando essa definição, Whitaker (1993, p. 1-2) pondera que a rede se assemelha a uma “[…] malha de múltiplos fios, que pode se espalhar indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum dos seus nós possa ser considerado principal ou central, nem representante dos demais”. Na mesma linha de pensamento, Motti & Santos (2008) compreendem essa organização do trabalho como: […] uma forma de trabalho coletivo, que indica a necessidade de ações conjuntas, compartilhadas, na forma de uma “teia social”. Uma malha de múltiplos fios e conexões. É, portanto, antes de tudo, uma articulação política, uma aliança estratégica entre atores sociais (pessoas) e forças (instituições), não hierárquica, que tem na horizontalidade das decisões e no exercício do poder, os princípios norteadores mais importantes.

  • O INSTITUTO SOPHIA VERCELLI – HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO NEUROFUNCIONAL ATÍPICO

O Instituto tem a missão de tornar-se um órgão pioneiro de referência na gestão intersetorial de políticas públicas de inclusão.

É uma clínica de habilitação e reabilitação neurofuncional infantil que atua de forma multiprofissional e interdisciplinar e visa proporcionar tratamento clínico para crianças e jovens com deficiência, com atraso no desenvolvimento motor, transtornos sensório comportamental e/ou dificuldades na aprendizagem.

Instituto Sophia oferece um tratamento completo, baseado na visão Biospsicossocial à criança com deficiência e sua família num Polo de tratamento único que disponibiliza intervenções eficazes, com equipe especializada, norteado por protocolos de atendimento respaldado em estudos de alta qualidade e práticas baseadas em evidência.

A falta de opção em tratamento multiprofissional sobrecarrega as famílias e segmenta o tratamento, portanto, os atendimentos compilam atendimentos individuais com diversas especialidades, nos diversos diagnósticos como na Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Má Formação Congênita, Síndromes Raras, Mielomeningocele, Distrofias Neuromusculares, Trauma Crânio Encefálico Infantil Adquirido, Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), Deficiência Intelectual, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade dentre outras patologias.

O Instituto desenvolve os seguintes projetos:

O Núcleo de Justiça Restaurativa e Gestão de conflito demanda um modelo mental que valoriza aspectos relacionais como: afeto, escuta, empatia, acolhimento, hospitalidade, confiança, generosidade, interdependência, dentre outros. O projeto tem potencial de gerar ganhos “transversais” como construções de novas narrativas sobre Direitos Humanos, considerando os contextos vivenciados pelas pessoas com deficiência e suas famílias.

Público Alvo: Cidadãos de Osasco acima de 12 anos pertencentes a famílias de pessoas com deficiência.

O PROMEA – Projeto Multidisciplinar de Estímulo à Alfabetização, tem o objetivo de propiciar aos aprendentes a oportunidade e direito à um processo de alfabetização adequado e prazeroso, atendendo as suas necessidades, de maneira concreta e lúdica.

O PROMEA terá durante todo o seu andamento uma equipe multidisciplinar, que contará com PEDAGOGOS, PISCOPEDAGOGOS, FONOAUDIÓLOGOS, TERAPEUTAS OCUPACIONAIS E PSICÓLOGOS.

 Público Alvo: Crianças que estejam regularmente matriculadas no Ensino Fundamental I (06 a 10 anos de idade), residentes no município de Osasco, com o laudo diagnóstico de TEA – Transtorno do Espectro do Autismo.

DIÁLOGOS CRIATIVOS E PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO – objeto é trazer aquele que está invisibilizado dentro da ética de cuidado: O (A) CUIDADOR (A) : “QUEM CUIDA DE QUEM CUIDA?” , é colocar em evidência aquele que é não visto, por meio das rodas de diálogo onde poderá encontrar pares de suas dores, alegrias e oportunidade de construir junto o melhor convívio e seu bem estar.

A Roda de Diálogo é um espaço circular onde as vozes e a escuta encontram um movimento de pertencer, estar e agir por meio de uma conversa intencional, cuidadosamente estruturada. O processo tem raízes em uma filosofia distinta, que se manifesta por meio de elementos estruturais que organizam a interação para que haja a máxima compreensão, empoderamento e conexão entre os participantes. A roda acolhe emoções e realidades difíceis, ao mesmo tempo em que mantém um sentido de possibilidades positivas.

Público Alvo: mães, pais, irmãos, avós, tutores, curadores e cuidadores envolvidos nos cuidados de pessoas com deficiência.

TEA EM AÇÃO, o programa é uma junção do TEA em MOVIMENTO, atividade física e esportiva liderado pela Doutora Carolina Quedas junto com a equipe Multidisciplinar composta por TERAPEUTA OCUPACIONAL com Integração Sensorial, PSICÓLOGO Comportamental e FONOAUDIÓLOGO especialista em comunicação alternativa e Seletividade Alimentar. O grande objetivo é o desenvolvimento de habilidades sociais e funções executivas adquiridas dentro de um ambiente terapêutico monitorado por especialistas, que conduzirão as crianças para habilidades esportivas somado ao tratamento clínico.

Público Alvo: Crianças de 0 a 12 anos com diagnóstico de TEA – Transtorno do Espectro do Autismo

Com muita potência, formamos o grupo: MÃES e PAIS ATÍPICOS EM REDE

Baseado em princípios éticos, dialógico e na linguagem não violenta, faremos um percurso de fortalecimento e consolidação da política pública por onde passarmos.

Uma ação aliada a ciência que fortalece as práticas CENTRADA NA FAMÍLIA.
Os cuidadores de pessoas com deficiência se entrelaçam com seus filhos na invisibilidade social.
O projeto tem como objetivo fortalecer os laços afetivos da maternidade, provendo oportunidade de trabalho, cuidado pessoal, fortalecimento da não violência contra a mulher e a luta ANTICAPACITISTA, alicerçado pela terapia comunitária integrativa – TCI, fortalecida pela maior rede de inclusão social que se forma em Osasco – REDE INCLUI + OSASCO.

  • POR QUE REDE INCLUI + OSASCO

O projeto Rede Inclui Mais Osascoidealizado pelo Instituto Sophia Vercelli – Habilitação e Reabilitação Neurofuncional Atípico, apresentou projeto para Edital de abril de 2023 da Secretaria Executiva da Pessoa com Deficiência, que aprovou recursos para executar essa ação.

O trabalho em rede, que visa planejar e implementar ações de forma colaborativa, tem sido tema nos mais diversos espaços, conselhos e fóruns da cidade e agora se efetiva com a realização deste projeto, que tem o financiamento da prefeitura, a execução do Instituto Sophia Vercelli e a construção coletiva de ações que efetivam a garantia dos direitos das pessoas com deficiência.

O projeto segue a orientação da Organização das Nações Unidas (ONU) que reafirma seu compromisso inequívoco com o princípio “Nada sobre nós, sem nós” no que diz respeito às pessoas com deficiência. Este princípio representa a base fundamental para as políticas e iniciativas globais da ONU no que se refere à inclusão, igualdade e respeito pelos direitos humanos das pessoas com deficiência.

As pessoas com deficiência devem ser as protagonistas de suas próprias vidas, bem como participar plenamente e de forma significativa em todas as decisões que afetam suas vidas. Isso inclui a formulação e implementação de políticas, programas e projetos que tenham impacto direto ou indireto sobre suas realidades.

E é dessa forma que o projeto Rede Inclui + Osasco posiciona as suas ações, garantindo às pessoas com deficiência a participação de forma igualitária e democrática em todos os espaços e ambientes coletivos em que se trate de políticas e projetos que contribuam para a melhoria de sua qualidade de vida.

  • CONCEITO DE REDE

Um dos estudos que contribuiu para o desenvolvimento do conceito de rede é o do Engenheiro americano Paulo Baran. Em meados de 1964 o exército americano preocupado com a segurança do sistema de comunicação em suposto ataque nuclear ou algum tipo de incidente, solicitou a Baran estudo para saber o tipo de providência poderia ser tomada para o sistema não ficar vulnerável.

A primeira constatação de Baran foi de que um sistema de rede centralizado era vulnerável, porque a destruição do seu núcleo provocava a destruição de todas as ligações.

Foi então que desenvolveu uma rede híbrida de arquiteturas com malhas, na qual os dados se deslocariam de forma dinâmica. O desenho abaixo representa 3 tipos de redes: a Rede Centralizada que seria a mais vulnerável, a Rede Descentralizada que teria não um, mas um conjunto de centros e a distribuída onde todos os nós estariam conectados a um mesmo tempo e que no caso de um ou de alguns serem atacados e danificados, não destruiria o sistema de comunicação.

Esta experiência nos remete a que quanto mais as pessoas interagem de forma distribuída a informação é mais fluída e democratizada o que pode contribuir mais facilmente com a resolução de problemas e construção de projetos inovadores.

Outros conceitos de Rede Social

Segundo Inojosa, “A rede de compromisso social é aquela que se tece com a mobilização de pessoas físicas e/ou jurídicas, a partir da percepção de um problema que rompe ou coloca em risco o equilíbrio da sociedade ous as perspectivas de desenvolvimento social. Essa percepção ampliada da sociedade atrai pessoas para articularem-se em função de um propósito comum e as leva a definir, em conjunto, um objetivo comum capaz de ser realizado através dessa sua articulação, com preservação da identidade original de cada participante.”

Conceito da equipe Rede Inclui + Osasco

A equipe técnica do Instituto Sophia Vercelli que conduz o projeto Rede Inclui + Osasco, após algumas reflexões sintetizou um conceito genérico, a saber:

Rede Social é a interação entre pessoas que podem trocar informações, aprendizagens, elaborar projetos, dar e receber ajuda e conectam objetivos comuns, unindo esforços que atendem ao coletivo e cada indivíduo integrante e que se organizam de forma horizontal e democrática.

Com as premissas anteriores chegou-se ao conceito de que a Rede Inclui + Osasco é grupo de pessoas vinculadas à defesa dos direitos das pessoas com deficiência, que juntas planejam e implementam ações para a melhoria e ampliação dos serviços ofertados.

O projeto Rede Inclui + Osasco rede se orienta com base nos objetivos do projeto, a saber:

  • A METODOLOGIA DA FORMAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA REDE INCLUI + OSASCO

O propósito do método é articular e envolver pessoas vinculadas a organizações e departamentos do setor público que ofertam serviços a pessoas com deficiência.

Após o envolvimento um mediador de rede social conduz o trabalho de forma a que as pessoas do grupo se orientem por objetivos comuns, criem e mantenham relações de confiança, pratiquem o diálogo e compartilhem estratégias adequadas para a defesa de suas causas e resolução dos seus desafios de forma planejada, autônoma e transformadora.

Para nortear o trabalho a mediação se orienta por sete etapas principais, construídas pelo processo circular de diálogo, a saber:

  1. Encontros em Processos Circulares de Diálogo

Cria-se um espaço de encontros presenciais e virtuais que permitem aos integrantes de conhecer-se e estabelecer vínculos por meio do diálogo e compartilhamento de experiências de toda ordem e de recursos que possam interessar ao grupo no desenvolvimento de projetos.

Os convites para a participação, no início são feitos por carta, e-mail ou por contato telefônico a organizações que ofertam serviços a pessoas com deficiência. Estas organizações são estimuladas a convidarem técnicos de suas instituições e pessoas com deficiência para participarem dos encontros. À medida que vão acontecendo os encontros os próprios participantes convidam outras pessoas interessadas no tema. Cria-se um grupo de whatsapp e partir dele se realizam os demais convites para os novos encontros.

Segundo Brancher, “os processos circulares podem ser usados, para organizar diálogos, traçar estratégias de intervenção e integrar equipes, celebrar conquistas, acolher novas pessoas em um grupo, dialogar sobre temas em sala de aula, organizar reflexões coletivas, etc. “

“Os círculos, por seus princípios de horizontalidade e liderança compartilhada, são de grande valor para concretizar experiências democráticas, dando voz e vez a todos que estejam interessados ou implicados em determinada situação”

“A disponibilidade das cadeiras é organizada em círculo ou forma de geometria circular que permite que os participantes estejam equidistantes em relação ao centro e dá a chance de todos se enxerguem e serem vistos ao mesmo tempo e manter uma conexão entre todos.”

O facilitador do encontro faz uma explanação, no início do círculo de diálogo, sobre o que vai acontecer e como será realizada a atividade.

A cada participante é garantida a palavra e a sua manifestação vai contribuindo com ideias para os propósitos do grupo. O facilitador do encontro é quem busca garantir de que todos possam se expor, perceber e analisar a complementaridade dos recursos e competências surgidas no grupo, bem como o entendimento mútuo das diversas proposições, tornando mais eficaz e sustentável a composição dos futuros projetos.

Uma das ferramentas usadas pelo facilitador é o “bastão da fala”. É um objeto que o facilitador oferece ao participante que estará com a palavra. Nesse momento todos os demais praticam uma escuta atenta. A cada manifestação aumentam as contribuições e muitas delas se transformam em propostas do grupo.

As intervenções do facilitador ocorrem por meios de perguntas preparadas que incluem o que chamamos de checkin, que seria a pergunta inicial de ingresso, acolhida à participação no círculo de diálogo. Depois vem as perguntas desafiadoras vinculadas aos propósitos do encontro e finalmente a pergunta de checkout ou saída. Dessa forma todos percebem que independentemente do quanto ou que falaram cada um esteve presente e contribuiu para os objetivos do encontro.

  • Quem Somos

As pessoas passam a se conhecer apresentando suas ações e pontos de vistas sobre a sua atividade:

  • O que fazem?
  • Como desenvolvem seu trabalho ou atividade?
  • Quais são os desafios a serem enfrentados?
  • O que gostariam de fazer, melhorar e onde querem chegar?

Neste momento percebe-se a riqueza de recursos que existem num grupo, numa comunidade e se fortalece a ideia de que juntos, em rede, será possível enfrentar importantes desafios.

  • Propostas

Para avançar é importante, manter um ambiente dialógico e colaborativo, que possibilite aos participantes apresentarem e expressarem suas visões de mundo, posições políticas e ideológicas e ações necessárias às defesas de suas causas. É a partir de um conjunto de ideias e sugestões que vão surgindo e se validando as propostas que o grupo que dar andamento.

  • O que fazer

A identificação de desafios e objetivos comuns, a possibilidade de otimizar recursos e potencializar ações atraem as pessoas para um novo patamar de compreensão e organização coletiva, permitindo melhor definição dos projetos que serão realizados em conjunto. Isso ocorre nos encontros periódicos acordados nos encontros de rede.

O facilitador de rede social, por meio de metodologias colaborativas, motiva o grupo a refletir sobre algumas questões:

  • Para que nos encontramos?
  • Qual a razão de existir deste grupo?
  • O que podemos fazer juntos?
  • Onde queremos chegar?
  • Que competências e recursos precisamos para alcançar nossos objetivos?
  • Que competências reunimos nesse grupo?
 

Registram-se os pontos mais relevantes identificados a partir das reflexões do grupo. O propósito da rede vai se alicerçando à medida que amadurece a ideia pela qual o grupo se articulou. E dessa forma, emerge do próprio grupo, as ações e projetos a serem realizadas, que chamamos de novos compromissos.

  • Plano

Definidas as ações coletivas, inicia-se o trabalho de planejamento, de identificação das necessidades e dos recursos de toda ordem e das estratégias de desenvolvimento. Estabelecida uma agenda de trabalho, detalham-se as prioridades baseadas nos propósitos e nas metas a serem alcançadas. Surge então o Plano de ação da rede com Projetos e Ações.

  • Projetos

Tanto podem ser implementados pelo grupo, conjunto dos integrantes da rede, ou por subgrupos, ou seja, pelo conjunto de pessoas e organizações interessadas na implementação de determinadas ações e projetos, ou ainda por uma pessoa ou organização com o apoio da rede ou parte dela. Alguns projetos requerem a intervenção direta do poder público o que exige uma articulação e trabalho conjunto com as secretarias municipais de áreas correlatas aos projetos propostos.

  • Avaliação dos resultados

Avalia-se o cumprimento das ações específicas quantitativa e qualitativamente e também os resultados inesperados. Resultados inesperados são aqueles que não estavam previstos no plano, mas que trouxeram um impacto muito relevante às pessoas e ao projeto.

Papel do facilitador

O seu papel principal é facilitar a comunicação e as reflexões das pessoas em torno de um tema, mantendo um espaço seguro e respeitoso no momento em que o círculo está acontecendo.

Segundo PRANIS as qualidades do facilitador são: Paciência; Humildade; Escuta atenta e profunda; Aceitação de que todos merecem respeito; Disposição para lidar com a incerteza; Habilidade para compartilhar responsabilidade.

  • CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Manual de desenvolvimento e fortalecimento de redes sociais assume um papel crucial como um guia prático para aqueles que buscam fortalecer laços, definir objetivos coletivos e implementar ações concretas em prol do bem-estar e dos direitos das pessoas com deficiência e seus cuidadores. Ao estabelecer uma distinção clara entre redes sociais e mídias sociais, enfatizamos a importância da interação humana e da colaboração em um contexto mais amplo.

O futuro vislumbrado aponta para o Desenvolvimento Local como um caminho promissor. Ao articular diversos atores – desde indivíduos e empresas até governos locais e organizações da sociedade civil – em torno de um Plano Estratégico de Desenvolvimento para as comunidades da Zona Norte e da Zona Sul de Osasco, almejamos uma abordagem integrada que reconheça e responda às necessidades específicas da comunidade, com especial atenção para as pessoas com deficiência. Este plano não apenas ampliará o diagnóstico das demandas locais, mas também oferecerá soluções tangíveis e inclusivas que promovam o bem-estar e a qualidade de vida de todos os cidadãos.

Assim, ao lançarmos este manual, esperamos inspirar e capacitar indivíduos e organizações em suas jornadas rumo à construção de comunidades mais coesas, resilientes e voltadas para o desenvolvimento sustentável. Que ele sirva como um catalisador para a ação coletiva e um farol orientador na busca por um futuro mais inclusivo e equitativo para todos.

  • REFERÊNCIAS

Apostila para Facilitadores de Processos Circulares do NUPIA-MPPR Coordenadores: Samia Saad Gallotti Bonavides e Willian Lira de Souza Autores: Antônio Marcelo Rogoski Andrade e Mário Edson Passerino Fischer da Silva Revisão: Caroline Beatriz Machado Gaertner e Cecília Eliane Gagetti Duarte 2020. https://ceaf.mpba.mp.br/wp-content/uploads/2023/03/Processos_Circulares-compactado-1.pdf Acesso em 10/04/2024

BARROSO, Evelyn da Silva. Dissertação de Mestrado: Rede de proteção aos direitos de crianças e adolescentes vítimas da violência doméstica em Niterói: contribuição da política de assistência social a partir do Centro de Referência Especializado de Assistência Social. SITE  https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/48970/48970.PDF   Acesso em 04/07/2023.

Inojosa, R. M. (1999). Redes de compromisso social. Revista De Administração Pública33(5), 115 a 141. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/rap/article/view/7628

Networks Paulo Baran

http://www.tipografos.net/internet/paul-baran.html

Acesso em 20/10/2023 às 15h40


[1] BARROSO, Evelyn da Silva. Dissertação de Mestrado: Rede de proteção aos direitos de crianças e adolescentes vítimas da violência doméstica em Niterói: contribuição da política de assistência social a partir do Centro de Referência Especializado de Assistência Social. SITE  https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/48970/48970.PDF   Acesso em 04/07/2023.

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